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Jaci Cruz conta para o AGV os encantos da Cidade do México e da Rota Maia

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“Voltei com todos os meus sentidos muito mais apurados, 
com tudo o que vi, senti, cheirei, provei e toquei.”

Palacio do Governo, localizada na praca Zocalo, Centro Historico Cidade do México/ Foto: Arquivo Pessoal

A viagem de hoje é um presente que nos foi enviado por Jaci Cruz, amiga jornalista que foi ao México e compartilhou tudinho aqui com a gente. Muito obrigado pelo post sobre um dos lugares que eu mais tenho curiosidade para conhecer, Jaci. Boa leitura! Vamos viajar!

@rod_rocha

Cidade do México, 11 de novembro de 2012. Corro para a avenida Paseo de la Reforma que fica quase a meia quadra do meu hotel. A intenção é pegar o ônibus para o Museu de Antropologia, mais precisamente para a lojinha do Museu, onde tinha vista uma cabeça de serpente em cerâmica que não achei em nenhum outro lugar. Chegando na Reforma, deparei-me com a avenida fechada e centenas de pessoas de bicicleta andando num clima de total alegria. Nada de ônibus. Como tinha ainda tempo, três horas para ir ao aeroporto, resolvi então andar até o Museu, um percurso que iria fazer pela terceira vez com muito prazer.

Faço o caminho de volta ao hotel, curtindo toda aquela movimentação e feliz em levar comigo essas últimas imagens do México, país que sempre tive vontade de conhecer por sua história, cultura. Um país de cores e povo forte, o país de minha eterna diva Frida Kahlo, Diego Rivera, Emiliano Zappata, Chavela Vargas, Siqueiros e tantos outros admiráveis. Aqui cheguei há 13 dias, sozinha, arranhando o espanhol e pronta para ver e crer . A minha viagem tinha duas metas principais: vivenciar a celebração do Dia de Muertos e fazer a rota Maia, percorrendo os principais pontos que restam dessa civilização.

Trago para vocês um resumo desta minha aventura, porque o México é um destino que mexe com a alma.

CIDADE DO MÉXICO, DF

 São necessários de quatro a cinco dias para conhecer um pouco do Distrito Federal, DF, como é chamado pelos mexicanos.

Vale começar pelo Centro Histórico onde fica a Praça da Constituição, conhecida como”el Zócalo, que tem entre seus títulos, o de ser a quarta maior praça do mundo. Lá estão a Catedral Metropolitana da Cidade do México, o Palácio Nacional do México, sede do Poder Executivo Federal, e o edifício do Governo do Distrito Federal , sede do Poder Executivo local, e surpresa!!!!

Bem ali pertinho de tudo encontro as ruínas do Templo Mayor, um dos principais templos dos astecas na sua capital Tenochtitlan, hoje, Cidade do México. Além das ruínas, o espaço conta com um museu altamente organizado e moderno. O Centro Histórico é cenário também para um espetáculo da arquitetura que mistura o Neoclássico, Art Nouveau e Art Decó.

Exposição na Paseo Reforma, principal avenida da Cidade do Mexico sempre com exposições e eventos para movimentar o passeio frequente de mexicanos e turistas / Foto Arquivo Pessoal

Construído no fim do século 19, o Teatro Nacional do México, hoje Palácio Nacional de Belas Artes é um importante centro cultural. Não deixe de contemplar os painéis pintados com grandes nomes da arte mexicana, entre eles, Diego Rivera e Siqueiros. Vários outros prédios merecem ser observados pela sua arquitetura, como os do Correios, Banco do México e a Casa dos Azulejos.
É preciso conhecer o Bosque de Chapultepec, o maior parque da Cidade do México, onde estão localizados o Castelo de Chapultepec, construído em 1785, Museu Nacional de História,o Museu de Arte Moderna, e o Museu Nacional de Antropologia e todo aquele acervo precioso dedicado às culturas que marcaram a história do México e do mundo. (Se gosta você de museu, reserve mais de um dia para esse tipo de passeio. Eu fui três vezes).
O México é um país muito religioso e místico, em uma programação só é possível vivenciar estas duas fases. Aconselho pegar uma excursão que visite a Basílica de Guadalupe e as pirâmides de Teotihuacan, que ficam um pouco afastadas da cidade.

Museu de Bellas Artes, grande centro cultural da Cidade do México, e sua divina arquitetura / Foto: Arquivo Pessoal

Teotehuacan, herança da civilização asteca / Foto: Arquivo pessoal

A Basílica de Guadalupe vale passar porque, afinal, você está no México, e nada mais justo que reverenciar a padroeira do país, mas o sítio arqueológico de Teotihuacan é um desses lugares “onde alguém se torna deus”, basta uma subida na Pirâmide da Lua, para entender sobre o que estou falando. Considerada a maior metrópole americana do período Clássico (100-750 d.C), sua história envolve mistérios até hoje não esclarecidos. A excursão custa 500 pesos.

Jaci em Teotehuacan / Foto: Arquivo pessoal

Os canais de Xochimilco, a zona que mais água conserva do lago sobre o qual se construiu a Cidade do México, são um programa tão interessante que chega a ser kitsch. Imagine centenas de trajineras (uma espécie de jangada colorida com capacidade para umas 15 pessoas sentadas) circulando por canais cercados de verde? Na foto dá pra sentir, né? Pena que a isso, não posso acrescentar nesta página o som dos mariaches ou cantantes que se apresentam em barcos, nem os cheiros dos milhos, tacos, gelados, flores, que fazem parte do mercado ambulante também feito em barcos. Vá com um grupo de pessoas, caso contrário o valor do aluguel barco será alto!

Outro que vale a visita é o Museo Dolores Olmedo Patiño (conta com 137 trabalhos do muralista e pintor Diego Rivera, 25 de Frida Kahlo e 43 de Angelina Beloff, entre outros). Também há o Museu de Frida Kahlo (pura emoção sentir de perto a vida dessa mulher que sempre admirei), o Museu Mural Diego Rivera, que é um encontro com a arte e vida de figuras que preservaram e divulgaram a cultura do México para o mundo.

 

Passeio em Xochimilco, cor e tradição no canal / Foto: Arquivo pessoal

Se o seu negócio for “ferveção”, o México tem opções para todos os gostos. Circule pelas ruas da Zona Rosa, Polanco e Condesa, e encontrará os melhores hotéis, restaurantes, bares, boates e clubes. Polanco também é conhecida por reunir lojas de grifes internacionais e nacionais.

Dicas úteis

Os Museus abrem geralmente de 9 às 17h e os ingressos vão de 50 a100 pesos. Você pagará um pouco mais se quiser fotografar. Se for passar um domingo na cidade, vale passear em San Ángel (fica perto da colônia Coyacán onde está localizado o Museu Frida Kahlo), que tem uma feirinha de artesanato e antiguidades. Aproveite para conhecer a igreja de San Jacinto que funciona anexa a um antigo mosteiro dominicano e a Casa del Risco. Para quem prefere cultura e história, da Cidade do México, é possível ir para outros passeios bem interessantes em outras cidades como Puebla, Taxco e Cuernavaca.

Museu de Frida Kahlo, a cozinha e seu estúdio representam muito da sua história e personalidade / Foto: Arquivo pessoal

Hospedagem –  Escolha a Zona Rosa, Polanco ou Condesa, mas o centro também tem ótimos hotéis. Eu escolhi a Zona Rosa, fiquei num hotel de Design bem legal da cadeia Room Mate (hotéis em Madri, Barcelona e Buenos Aires), o RoomMate Valentina.

O Valentine, do grupo Room Mate / Foto: Arquivo pessoal

Onde comer- São muitos os lugares, mas para não confundir, sugiro alguns:

As quesadillas de Maria Isabel- Rua Emilio Castelar, 14 – Polanco.
Taqueria El Califa em Condesa
Los Danzantes- cozinha mexicana com toque refinado
Astrid e Gaston- na verdade a cozinha é peruana, mas a versão da cidade tem uma pitada mexicana – Rua Tennyson No.117 esquina Mazarik Col. Polanco
Villa Maria – cozinha mexicana -Homero 704, Polanco

 

ROTA MAIA

Hora de partir para minha segunda meta e roteiro obrigatório para quem quer seguir os passos da civilização Maia – o povo maia habitou a região das florestas tropicais na região sul do México entre os séculos IV a.C e IX a.C, até os toltecas invadirem essas regiões e dominarem a civilização(IX e X). O império Maia era considerado um representante dos deuses na Terra. Estavam na minha rota Uxmal, Chichen Itza, localizados na Península de Yucatan e as ruínas de Tulum.

Tulum, natural com muito charme! / Foto: Arquivo pessoal

 

Ruínas maias em Tulum e o mar azul, uma visão inesquecível... / Foto: Arquivo pessoal

Escolhi como porto de chegada e partida a cidade de Mérida , capital de Yucatán, localizada no sul do país. Uma hora e meia de avião da Cidade do México. A cidade é linda, possui um dos maiores centros históricos do país e é quente. O povo de Yucatán tem muito orgulho de sua cultura, em algumas noites da semana (quinta, domingo e segunda), na Praça principal, tem apresentações de dança com o ballet folclórico da cidade e orquestra, tudo sob o comando do maestro do dia que explica cada apresentação. Bom mesmo fica quando liberam o espaço para bailar e casaizinhos de todas as idades invadem a pista. Coisa mais gostosa de se ver e curtir.

Em Mérida, atrações em praça pública envolvem moradores e turistas, um exemplo que poderia ser seguido em nossas cidades históricas / Foto: Arquivo pessoal

Dicas preciosas!!

A partir de Mérida é possível circular de carro, ônibus ou Harley Davidson (sim, eles têm para locar). As autopistas são muito boas. Ruínas, cidades históricas, haciendas (fazendas) maravilhosas, muitas delas abertas para visitação e hospedagem; cenotes, que são cavernas marinhas, e a riviera maia estão pertinho, por exemplo, de Mérida a Cancun de ônibus é possível fazer em três horas.

Uxmal e Chichén Itza são dois sítios arqueológicos bem pertinho de Mérida. Chichén Itza foi o centro político e econômico da civilização maia. É possível observar através das estruturas que restaram a pirâmide de Kukulcán, o Templo de Chac Mool, a Praça das Mil Colunas, o Campo de Jogos dos Prisioneiros.

 

Uxmal, mais um santuário maia / Foto: Arquivo pessoal

Em Uxmal, a ligação com a astronomia é visível através da disposição dos edifícios. A Pirâmide do Adivinho, com 40 m de altura e o Quadrilátero das Freiras estão entre os pontos mais vistos. Estes dois sítios podem ser visitados partindo de Mérida e retornando para cidade ou, se preferir, você pode seguir de Chichèn Itza para Cancun (1h30), como fiz.

Las playas – Passei rapidamente por uma das praias mais famosas do mundo: Cancún. Não me interesso muito por aqueles resorts americanizados, e perto dali outros points como Playa del Carmen e Tulum, contam com estrutura e atrações mais interessantes.

 

Beach Club do hotel Mosquito blue em Playa Del Carmen, lugar para ferver e fazer boas compras / Foto: Arquivo pessoal

Playa Del Carmen, uma espécie de Ibiza mexicana, onde a ordem é ferver pelo dia nos clubes de praia e à noite na 5ª Avenida. De Playa fui até Tulum e graças tinha reservado dois dias naquele lugar. Se Playa Del Carmen é Ibiza, Tulum é Trancoso. Tudo muito zen, a maioria dos hotéis conta com bangalôs bem rústicos. Alugue uma bici (bicicleta) e parta para as ruínas. No trajeto, a visão para praias de areia brancas e onde é possível comprovar que o azul da cor do mar existe. Tulum, em poucos minutos, já estava eleito como um dos meus destinos prediletos no mundo.

Para relaxar, nada melhor que aproveitar a sabedoria maya e se entregar as diversas terapias herdadas da civilização, com o temaskal, cerimônia curativa usada para purificar o corpo.

Gastronomia – Se você conhecia a culinária mexicana por tacos, tortillas e guacamole, saiba que há muito mais. A cozinha Yucalteca me encantou com todos moles exóticos, assados e sua variedade. Não deixe de provar o Poc-chuc, o Relleno negro e a Água de Chaya na La Chaya Maya em Mérida.

Tradición Yucateca, tacos de sabores variados com temperos do sul do México / Foto: Arquivo pessoal

Hospedagem

Mérida: Hotéis em casarões antigos e faciendas para entrar no clima da cidade.
Piedra D’ Agua Hotel Boutique 
Los arcos
Rosas & Xocolate

Playa Del Carmen – Prefira os que têm clube de praia
Mosquito Blue 
Be Hotel

Tulum – Os hotéis são bem rústicos, mas têm todas estruturas necessárias e alguns chegam ao top do luxo de charme.
Cabana Copal e Zaha
Be Tulum
Hotel Azucar

Dia de Muertos -  A escolha do mês de novembro teve uma grande razão: o Dia de Muertos, 2 novembro, no Brasil, dia de Finados. Há uma diferença enorme de como celebramos no Brasil. No México, o Dia de Muertos é sinônimo de alegria. Cidades, casas e espaços são preparados com enfeites, principalmente altares que contam com oferendas como comidas, bebidas, fotografias, para receber a visitas de pessoas queridas que já morreram.

 

Dia de Muertos: as oferendas acontecem em residências e também em espaços públicos (calçadas, ruas, praças, museus...) / Foto: Arquivo pessoal

Eles acreditam que neste dia, essas pessoas costumam retornar aos lugares que mais gostam. É tudo muito lindo, forte, colorido. Nos cemitérios também há festas com música, comida e muita bebida. Desde o primeiro dia que cheguei aqui sinto este clima, já que os altares começam a ser erguidos desde o dia 30 de outubro. Quanto mais distante do grande centro, mais é possível curtir os rituais em sua essência, por isso escolhi para este dia passeios por colônias mais distantes onde tinham atrações turísticas imperdíveis (os bairros das grandes áreas metropolitanas são conhecidos como Colônias).

@JaciRosaCruz

Leia o primeiro post da jornalista aqui no AGV sobre os mistérios do Egito.

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